TAUROMAQUIA NO ALTO
ALENTEJO
Boa tarde, sou o Carlos Rodrigues
natural de Elvas e aficionado á 44 anos.
O que me leva a escrever este artigo
é o estado da Tauromaquia na região do Alto Alentejo e em Portugal.
Para começar queria dizer que as
praças da nossa região estão a ser abusivamente utilizadas na organização de
festivais taurinos com cartéis praticamente iguais e a poucos quilómetros de distância.
Será que as figuras como o Maestro
Moura não deviam repensar a organização das suas datas com o seu (apoderado…).
Uma figura como o Maestro Moura que mete público nas praças não pode nem deve
andar a tourear como anda! Num raio de 50 km até ao momento o Maestro já se
anunciou para 4 espectáculos. No próximo mês de Junho já está anunciado para
Arronches e passados 15 dias, o cartel com os mesmos a 15 km de distância em
Santa Eulália. Assim não se promove a festa, assim estamos a queimar praças,
porque o público começa a ficar farto. Assim é que á poucos anos um empresário
que passou pelo Alto Alentejo nos mesmos moldes acabou com algumas praças que
até tinham umas datas boas, como Cabeço de Vide, Povoa e Meadas, Alpalhão, etc.
O publico gostando do toureio acaba por não se deslocar por estar farto de ver
sempre o mesmo, o que ainda e só vai deslocando publico a estas praças são os
grupos de forcados da região, grupos que têm marcado uma posição.
Por falar em grupos ainda á pouco foi
anulado um espectáculo de variedades taurinas em Arronches depois de estar
anunciado! Até ao momento o promotor não deu justificação a este publico.
A associação promotora onde pertence também o grupo de
forcados de Arronches já se devia de ter prenunciado sobre o caso e não só
sobre estarem ou não contratados para a praça da terra, associação esta do
concelho de Arronches, financiada com dinheiros públicos. Assim não meus senhores, não nos podemos servir da Festa, temos sim
que servir a Festa porque os anti andam aí caladinhos e o pessoal do toiro
contínua nos joguinhos de bastidores….
Uma pequena analise á temporada de
Lisboa
A corrida inaugural só não esgotou
porque foi transmitida pela TV, mas as seguintes deixaram muito a desejar.
Quer se queira ou não Portugal é um
país de toureio a cavalo e forcados e aqui se explica o fracasso da corrida
vidas. O público português não tem pachorra para levar com uma corrida de 3
toiros a cavalo e 4 toiros a pé. Talvez a fórmula das corridas mistas tenha que
ser revista e ir um só matador e assim aos poucos se ganhar um ídolo de Lisboa,
com dois cavaleiros e dois grupos de forcados, porque os forcados são hoje em
dia os toureiros que metem publico nas praças.
A corrida onde participou Pablo não
estava rematada. Não tirando valor á família Telles, Pablo ou Ventura quando
vierem ao nosso país tourear toiros de que eles gostam têm que tourear com os toureiros
que lhes dão luta, na forma de tourear, templar e mandar. Não podem vir a
Portugal tourear acomodados com
toureiros com estilos completamente opostos! Se para se ver Pablo e Ventura os
toiros têm que ser cómodos, para se ver Telles, Salvador, Fernandes e restantes
figuras tem que ser o toiro toiro de verdade porque aí se eleva a maestria dos
ginetes e a emoção que faz levantar o publico dos seus lugares está presente e
assim o publico volta aos toiros porque sai satisfeito com o espectáculo, o
mesmo acontece com os forcados, as grandes pega e os grandes grupos não é com
os “Murubes” que triunfam de verdade porque na generalidade as pegas a estes toiros
são fáceis.
Senhores Toureiros, Empresários estão
ainda a tempo de salvar a Festa Brava, mas para isso temos de lhe devolver a
verdade e a emoção que o publico também corresponderá certamente.
Os parabéns á empresa de Vila Franca
que com trabalho, seriedade e toiros de verdade levantou aquela carismática
praça. Que lhe sigam o exemplo os restantes Empresários.
Atenciosamente,
Carlos Rodrigues