quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A VELHINHA PRAÇA DE TOUROS DE LUANDA,MUITAS TARDES DE GLORIA CONHECEU.AGORA DESATIVADA DÁ PALCO A VARIAS FESTAS POPULARES.E SERVE DE CASA PARA OS MAIS NECESSITADOS.


Tourada: um gigante adormecido no tempo


Com o andar do tempo, a actividade que em Angola e Moçambique não era tradicional, acabou por desaparecer logo após a Independência, tendo sido coberta por outras de carácter cultural, estas sim com raízes domésticas.

Fascinante pela sua concepção arquitectónica em formato oval, semelhante a uma roleta com bancadas circundantes à volta, ornamentadas em amarelo com separadores brancos, suportes laterais cor-de-rosa igualmente em forma de círculo, e um pavimento arenoso ao centro que servia de palco de competição, é um dos poucos existentes no país com esta configuração. Esta gigantesca estrutura arquitectónica que no passado foi um dos melhores cartões-postais de Luanda, centralizou as atenções do público da capital não só, como também do estrangeiro, com as tristezas quanto ao seu aspecto que clama por uma reabilitação profunda. Apesar de a administração do espaço ter sido atribuída a uma instituição privada numa perspectiva de manutenção, uma vez que ainda não foi encontrada forma da rentabilização, continua a dar o ar da sua graça.Para lá das actividades culturais há muito suspensas, este edifício parcialmente abandonado alberga algumas instituições públicas e privadas, como é o caso da Associação Provincial do Carnaval de Luanda (Aprocal), Organizações Kizomba, estabelecimentos comerciais e oficinas. Juntam-se a estas pequenas lanchonettes e salões de beleza.

Não obstante a sua imagem exterior pouco digna, o espaço tem acolhido na parte superior interna inúmeros funcionários de diversas instituições para as refeições nas horas de ponta e não só. Apesar do desenvolvimento urbano que vem registando nos últimos anos na cidade capital, muitos são os edifícios urbanos ainda por concluir e alguns estão à beira do colapso e outros abandonos aos amigos do alheio.

Muitos, apesar de terem donos, continuam a degradar-se a cada dia que passa. Informações de algumas instituições afectas ao Sector da Cultura referem que a recuperação deste gigantesco empreendimento, consta dos programas do Ministério da Cultura e é uma luta que, segundo consta, envolverá uma parceria com o sector empresarial, tendo em conta a sua dimensão e complexidade arquitectónica.

diversificadas actividades que ali tiveram lugar. Possui vários compartimentos ainda por explorar de modo a rentabilizá-lo.

Segundo uma fonte afecta ao sector da Cultura, as tentativas de o salvar e transformar num Centro Polivalente Cultural, de modo a dar vida ao espaço para que se possa aparecer com uma biblioteca, sala de teatro, uma vez que contempla uma arena, a inesquecível sala de espectáculos, existem já há algum tempo e poderão envolver uma parceria com o empresariado.

Uma das poucas áreas que se mantém ininterruptamente em funcionamento, albergou após a Independência inúmeros eventos artístico-culturais com renomeadas figuras da música mundial, incluindo caravanas artísticas como o aclamado projecto “KandandoAngola Brasil” com os músicos Chico Buarque, Djavam, Martinho da Vila, Alcione, entre outros.

Hoje, distantes dessa realidade, restam apenas lembranças dos melhores momentos ali passados